ameaças

Ameaças à conservação da biodiversidade Pampeana

A pecuária extensiva corresponde ao uso histórico (tradicional) da maior parte dos campos subtropicais na América do Sul (Brasil, Uruguai e Argentina) (Figura 1). Evidências fósseis sugerem que o pastoreio não é um fator novo nessa região, já que os ecossistemas campestres na América do Sul coevoluíram com grandes herbívoros desde ~25 milhões de anos.



Figura 2.
Uso da Terra no bioma Pampa brasileiro (MapBioma 2019).

Assim, a ocorrência de distúrbios como o pastejo controlado é considerada parte essencial na dinâmica dos ecossistemas campestres, contribuindo para a manutenção da alta diversidade biológica no Pampa (VEJA), bem como constituindo (se bem manejado) alternativa de uso ecologicamente sustentável.

Infelizmente, a matriz produtiva está mudando e restam apenas 45% da cobertura vegetal original no Pampa brasileiro (Figura 2), principalmente devido à conversão da vegetação natural por áreas agrícolas e de silvicultura. A perda de habitat pampeano tem acelerado nas últimas décadas. Entre 2000 e 2019, alarmantes 21% da cobertura natural foram perdidos, principalmente em função da expansão da soja (Figura 3) e da silvicultura.

Com a profunda mudança na matriz produtiva, os remanescentes campestres naturais muitas vezes ficam concentrados em regiões de relevo mais acidentado e solo rochoso, pouco adequados para a produção de grãos. Entretanto, mesmo tais regiões são alvo da exploração e degradação, por conta da silvicultura (plantio de pinus, eucalipto e acácia-negra) (Figura 4) e da mineração (Figura 5).

Espécies exóticas invasoras são outra ameaça à conservação do Pampa, pois avançam espontaneamente na paisagem, excluem espécies nativas e alteram o funcionamento dos ecossistemas naturais. Como exemplo de plantas exóticas invasoras no Pampa, é preciso citar o capim-annoni e o tojo (Figura 6), bem como o pinus (Pinus spp.) e a acácia-negra (Acacia mearnsii). Além dos danos ecológicos, esses invasores acabam prejudicando atividades econômicas como a pecuária extensiva, pois reduzem a oferta de forragem para os animais de criação.

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